quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Chorando mamãe...

Segunda-feira - 05/09

Na manhã seguinte, após uma noite infinitamente longa - na qual não dormi - levantei direto para o banheiro. Mais 3 testes de farmácia com resultados identicos: positivo. Nesse momento papai já estava no banheiro comigo e novamente eu chorei. Muito. Mas, fui trabalhar normalmente. Trocamos mensagens pelo celular a manhã inteira. Ele, novamente, me reconfortando pelas mensagens. De certa maneira me acalmei, mas estava só camuflando a minha insegurança. Contei a uma amiga logo pela manhã, sem ter idéia de como seria a reação dela: pulos de alegria, festa, muita festa, gritos. Pudera eu ter feito essa festa com ela desde o início. Ou com o meu amor no primeiro momento.
Na hora no meu almoço a mesma amiga me levou para fazer o Beta. Eu ainda tinha 'esperança' de dar negativo, apesar da minha amiga dizer que era impossível ter 4 testes - ainda que de farmácia - errados. O Beta sairia ao final da tarde e praticamente não senti o gosto da comida no almoço, pensando no resultado. Minha amiga não parava de fazer planos, gritar ainda mais, brilhar os olhinhos. Mais um grande apoio que o Papai do Céu colocou no meu caminho para que eu não surtasse total com aquele momento imprevisto. Voltamos ao trabalho e nunca vi as horas passarem tão lentamente. Foi um dia tão longo quanto a noite anterior. Quando peguei o resultado (quase no horário de saída da empresa) não entendi o que via.
As referencias do Beta diziam: <5,00 - não grávida; 5,00 a 50 - impossibilidade de certeza, refazer o exame em uma semana; e >50,00 - classifica-se como gravidez.
Meu resultado: 4.964,00
A primeira reação: como assim? quase 5? Ah... Bem, é isso então. Confesso, que bem lá no fundo, fiquei um pouco sentida com a possibilidade de os primeiros exames estarem errados. Minha amiga ficou doida ao ver na tela do computador o resultado "Não entendi mais nada, estou confusa" ela disse, também desanimada. Mas essa, nitidamente. Fiquei mais alguns momentos olhando para o exame antes de imprimi-lo, pois queria mostrar ao papai. Até que a ficha caiu: 4 mil e pouco... é muito mais que 50,00. Sim, gravidez confirmada.
Papai estava sem o carro neste dia, e foi me buscar de ônibus no trabalho. Andamos metade do caminho cada um até nos encontrarmos na avenida. Ele me abraçou forte novamente, muito atencioso e preocupado. Ajeitamos as coisas nas bolsas e lhe entreguei o exame Beta. Até hoje dou risada, ele leu o exame como eu, erroneamente. "Então não está grávida?" me disse com os olhos baixos e voz de quase rouquidão. Sua face demonstrou imensa tristeza. Aquele momento mexeu comigo. Esperei mais um pouco para ver se ele relia, e mostrei o que antes fora meu erro na leitura do resultado. Seus olhos voltaram a ter vida, e ele sorriu para mim "Então você está mais que grávida. Está gravidíssima!!".
Precisavamos decidir algumas coisas: a quem contar primeiro? como contar? quando contar? Foi um dos momentos mais duros para mim. Comecei a pensar nos meus pais e senti muito medo da reprovação deles. Senti medo de olhares julgadores e senti medo de não saber o que fazer. Eu não sabia o que fazer. Sentamos no parque e trocamos algumas palavras sobre tudo. Fizemos algumas ligações, mas nada efetivamente foi revelado a ninguém. Fomos então, visitar uma tia muito querida. Ela, esperávamos, iria nos reconfortar um pouco mais, antes de contarmos aos avós.
Me sinto mal por não ter pensado em nenhum momento na insegurança dele. Chorei mais um pouco no caminho da casa da tia. Chorei enquanto contávamos a ela - que foi hiper compreensiva, até fez piadas e se disponibilizou a estar presente no dia da revelação geral para dar uma força, além de nos dizer que poderíamos contar com todo o apoio dela sempre. Decidimos fazer uma reunião de família no sábado e dar a boa nova. Chorei muito e ainda mais na volta para casa. Foi um dia cheio.

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Marina Minari