sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Ultimas consultas antes do Samuel chegar

Ah, Doutor!
Essa eu preciso contar. Estou rindo por dentro. Eis que eu vou ao médico hoje para consulta de rotina. 38+3. Exame de toque. "Está super baixo MESMO. Poso dizer que a qualquer momento ele chega. A qualquer momento, portanto fique bem atenta as contrações, bolsa, sangramento e qualquer coisa me ligue." Ok, muito bom. 1cm dilatado (não consigo conceber isso para mim não faz muita diferença no que pensar pq se não estou em TP, poderia ser 3cm e não ia enlouquecer achando que estava parindo rs).
Sentamos pra conversar mais um pouco. Cardiotoco (que seria a principio na proxima semana) agendado pra sábado a noite, direto na maternidade "e dependendo de como estiver, podemos internar, se vc quiser, para induzir". PARA TUDO! OI?????
Se ainda nem cheguei as 39 semanas, se está tudo bem, movimentos fetais, peso ok, medida da barriga condizente com 38 semanas, contrações de treinamento pra alegrar a noite, um pouco de cólicas esporádicas etc etc etc... Por que cargas d'água, alguém me dê uma luz se eu estiver errada, eu iria querer entrar em indução???
VOLTA PRA HISTÓRIA: Dou apenas uma olhadinha bem fixa nos olhos do médico. Aperto os olhos (demonstrando minha fúria kkk). Penso "Ahh, Doutor!" Ele ri, sem graça e completa quase gaguejando "o-ou podemos também, fazer apenas o exame e deixar correr tudo naturalmente, como é o seu desejo. Acho melhor mesmo."
Ao me despedir contei a historinha de terem descolado minhas membranas quando internei já com 4 cm de dilatação pra ter o primeiro filho. Ele riu, sem graça, e disse "nossa... não se faz isso, hoje em dia é até considerado... (calou, respirou e continuou) violenc...", eu completei junto com ele "violencia obstetrica". "pode ficar tranquila que nós vamos cuidar para ser tudo da maneira mais natural possivel".
Até sábado, doutor!

Segundo relato de parto - novos conceitos, novas visões

Não falei muito sobre a gravidez do Samuel por aqui, porque as coisas se atropelaram um pouco para mim, mas pretendo registrar bastante do que vai ser o convivio dos dois. Essa parte é mesmo a mais divertida.

Hoje venho registrar, até para mim mesma, umas observações sobre o parto do Theo. A gente só pensa nisso quando está gestando e tive várias novas visões... segue meu texto escrito num dia desses, nas ultimas semanas.

Quando tive meu primeiro filho, 3 anos e meio atras, eu jurava que era completamente empoderada e que sabia muitissimo sobre o PN. Desde o inicio eu quis PN e assim aconteceu. Mas até pouco tempo atras eu jurava que havia sido natural. E hoje, com 38 semanas esperando meu segundo, descobri que tem muita coisa que nao quero que se repita, pois ainda mais eu estudei e talvez nao saiba nem a metade do que ha para se saber.
Eu explico...
Sempre achei que a medica que me atendeu no plantao quando cheguei no hospital (infelizmente nao me recordo o nome dela) havia sido somente grosseira pq o toque que ela fez foi o mais doloroso da minha vida. Nenhum dos que eu tive que fazer em consultorio ou depois ja durante o TP com o meu medico (que chegou depois de mim na maternidade) e olha que devem ter sido ao maximo 3 no total, nenhum havia doido nada. Pois bem... HOJE EU SEI. O que ela fez foi rompimento de membrana (ou descolamento da bolsa, como dizem) para acelerar o trabalho de parto. Principal fator? Sanguei desde entao ate o nascimento. Ela demorou com os dedos na minha vagina e senti muita dor. Lembro de te-la xingado na hora e meu marido ate riu.

Consegui fugir da ocitocina artificial (sorinho) e fiquei livre caminhando pelo hospital ate a hora de quase parir. Meu medico, que eu adoro ate hj, mas AGORA VEJO que nao é assim tao minha cara, rompeu minha bolsa quando eu estava com uns 7 ou 8cm, nao recordo bem. Não precisava. HOJE EU SEI. Ele fez isso pq estava cansado de esperar (internei as 4h e meu filho nasceu as 10h40), como bom cesarista que era, deve ter sido dificil engolir minha vontade de ter PN. Mesmo que eu tenha ficado apenas 6h no hospital em TP, deve ter sido entediante me ver na bola, cadeira de balanço e no chuveiro - sim o hospital se dizia humanizado, E HOJE EU SEI que nao tinha nada disso... mas sim uma capa bonita de humanização. Todas as ferramentas, mas sem mão de obra, disposição e procedimentos para tal.

Apesar de eu estar andando sem monitoramento frequente e sem nenhum soro ou medicação intravenosa nem nada, quando a bolsa foi rompida senti a dor muuuuito mais forte. Apesar de eu estar lidando muitissimo bem, obrigada, com a minha dor ate aquele momento, com muita concentração, meditaçao, respiração e SOZINHA nessa tarefa, me obrigadam a entrar na sala de parto (eu pedi para ir pois ja sentia vontade de empurrar) DEITADA NAQUELA MACA HORIZONTAL como se fosse um defunto. Sabe o que é ter uma contração na posição horizontal? É a pior sensação do mundo. Eu só queria sentar, ficar em pé, mas não podia.

Ao entrar na sala (sem vida, gelada) de parto o anestesista me ofereceu peridural, dizendo que minha dor iria embora rapidamente. Eu neguei. Neguei não sei quantas vezes enquanto ele seguiu insistindo. LEMBRETE PARA MIM: PROIBIR QUE ME OFEREÇAM ANALGESIA. Isso é chato. Eu idealizei um parto natural. Tanto que ele fez, que me ofereceu ao menos meia dose de uma anestesia local, que por conta da necessidade (?) da episio, aceitei; Deve ter sido uma boa opção, porque esse cortinho infeliz sem anestesia deve ser o inferno. É a minha unica reclamação  de dor pós parto. Quase 30 dias de ardencia (salva pelo spray de andolba).

O penultimo dissabor para falar sobre meu parto, é colocar os pés sobre aqueles pedaços de aço frio. Não bastasse estar numa posição desfavorável, ouvir pitaco da hora de fazer força, ainda ter que fixar os pés naquilo. Horrível. O anestesista teria feito ainda a MANOBRA DE KRISTELLER (quando empurram a sua barriga pro bebe descer mais rapido) se eu não tivesse tido "forças", entre uma e outra contração, para dizer "não faça isso". Que falta de respeito.

HOJE EU SEI que se tivesse deixado a bolsa romper sozinha, se tivesse tido liberdade sobre meus movimentos que precederam o nascimento, se não tivesse a membrana rompida, talvez meu parto não tivesse sido tão rápido. Sim, achei rápido. Mas talvez tivesse ocorrido de maneira muito mais prazerosa e o mais importante NATURAL, como eu almejei.

Da hora que internei até o momento de romperem a bolsa eu ainda me sentia "no controle". Depois disso, tudo não durou 30 minutos. Até pouco tempo eu achava que era uma vantagem, que eu era especial por isso. Mesmo sentindo que deveria ter impedido algumas coisas e exigido outras, eu sempre soube que teria sido impossivel para qualquer mulher enquanto esta em trabalho de parto ativo "pedir" algo a quem nao esta interessado em ouvir. HOJE EU SEI que foi por manipulação dos profissionais. E eu chamaria grande parte do que eu passei de VIOLENCIA OBSTETRICA, seja fisica ou emocional. O que importa é que eu descobri e me concientizei. 3 anos e meio depois.

Outros detalhes, fazem com que minha lembrança dessa experiencia não seja de todo perdida. Meu filho nasceu após 3 ou 4 empurradas, e veio diretamente pros meus braços. Na época não exigi que o cordão fosse cortado pelo pai (o medico ja havia me dito em consultorio, que o hospital tinha la suas regras que iam além do poder dele) e nem me dei conta se esperaram parar de pulsar (acredito que não). Minha placenta saiu com massagens do meu medico, mas não foi puxada. Ele deu os pontinhos da episio enquanto conversavamos e eu mudei sozinha de maca para poder ir para o quarto. A enfermeira ate se espantou de eu sentir as pernas para fazer isso. Aí que disseram a ela que eu não havia tomado analgesia e ela sorriu de canto.
Meu filho ficou comigo desde então. Mamou ainda na sala e não desgrudamos mais. O resto da experiencia ate a alta foi muito boa. Atendimento otimo das enfermeiras e tudo tranquilo.

Hoje, me preparando para o meu segundo parto, na mesma maternidade, pois apesar dos pesares, ainda há piores por aqui, infelizmente. Sei que devo chegar lá mais preparada psicologicamente, não irei tão cedo para a maternidade, vou ficar no aconchego do meu lar por mais tempo e se pudesse faria um parto domiciliar. Nossas vontades tem que ser consideradas e e precisar eu vou gritar para ser ouvida. O parto é meu e ninguém me tira.

Por hoje, é só :D

segunda-feira, 15 de junho de 2015

SAMUEL





Está definido. É Samuel. Agora já faz uma semana que foi definido, e começo a me acostumar. Mas ainda me refiro a ele como bebê muitas vezes, confesso. Theo também o chama de nosso bebê. Todos ficaram confusos com essa confusão dos sexos e nomes sem fim.
Agora é chegado o tempo de fazer o cha de fraldas. Determinei a data, mas a outra nova é que: ainda não há absolutamente NADA feito. Hoje anunciei aos familiares proximos a data e pedi ajuda com os pratos salgados.

25 semanas estamos hoje. Fiz um par de sapatinhos por indicação da minha queridona Roberta, mas ainda não sei não... comecei a me preocupar com outras coisas, pulei a parte de curtir "o barrigão" (que nem tá grande), e fui direto pra busca de um G.O. que me acompanhe. Agora que temos convenio novamente vai aliviar a ansiedade de pagar cada passo dos exames. Mas estou mais preocupada com o parto do que quando era mamãe de primeira viagem. Nunca vi isso...

Semana que vem vou ao encontro de mamães aqui da cidade.. conhecer umas doulas, esperando me entender com alguma bacana. Vamos visitar o hospital que estou em mente (diferente de onde tive o Theo) e quero que isso tudo se ajuste pra me tranquilizar novamente.


segunda-feira, 8 de junho de 2015

Qual será o seu nome?


Já são 6 meses de... Qual será o seu nome?... E nem isso temos ainda. Seis meses de uma gestação tão desejada, tão planejada e esperada por mim, que, há quem dirá, não estou sabendo curtir e aproveitar.
Como é mesmo que isso acontece? Pode ser apenas pela situação inconstante pela qual estamos e que de forma alguma estavam nos meus planos. Pode ser por tantas preocupações alheias a ele. Pode ser, confesso, até um pouco pelo fato de ter sido desenganada a respeito do sexo. Pode ser pela notícia repentina de um caso raro de AUU (Artéria Umbilical Única) e tudo o que essa notícia causou dentro de mim, até o momento de ter sido tranquilizada sobre a real (falta de) gravidade da condição. Inúmeras situações e condições emocionais que eu terminaria o dia detalhando e podem se tratar, no final, de apenas hormônios e instabilidade emocional gestacional.
O simples fato de já existir um príncipe pode ser motivo do consumo do meu tempo e atenção, eu sei também. Só não quero ouvir agora que eu sonho demais, planejo demais, milímetro demais as ações e por isso – como se essa definição solucionasse meus dilemas internos – eu deva estar “assim”. Define assim: decepcionada, desanimada, frustrada, sem perspectiva, sem conexão. Estou carregando um ser iluminado e nunca me senti tão sozinha. Tenho a minha volta muita gente, mas me falta algo essencial, e eu não sei dizer o que é.
Depois de 6 meses eu começo a escrever sobre essa gravidez e não sei resumir os momentos que vivenciei antes disso. Estava escrevendo a mão, num caderno destinado a ser meu diário, mas por ter tantos despejos de lamentações, parei de escrever.
Só consigo ecoar na minha mente que eu esperava que fosse diferente. Esperava curtir o barrigão, algo que toda mãe diz sentir tanta falta, e eu não era diferente disso. Esperava ter muitas fotos. Esperava estar mais, infinitamente mais feliz. Esperava estar a espera. E nem isso estou. Não fico ansiosa pelos ultrassons, não fico ansiosa em comprar uma peça de roupa. Não estou com pressa de decorar o quarto. O chá de bebe está reservado para menos de um mês e me falta animo para planeja-lo. Sequer enviei convites. Não escolhi um nome.
Gael eu tentei, mas mesmo após espalhar aos ventos não pude chama-lo pelo nome. Então recomecei... Luiz Antonio, Olavo, Dom, Valentim, Noah, Daniel, Lorenzo, Samuel, Nero... Qual será o seu nome? Você deve me dar uma luz, me dar um sinal, porque eu quero te reconhecer, chegar até você. Não acho o caminho.