segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Nona semana


Segunda-feira 26/09
Entramos na 9ª semana. Os efeitos do Meclin são... satisfatórios. Não é plenamente, mas ajudou bastante. Consigo comer... mas ainda fico nauseada. Tivemos uma visita esporádica ao médico hoje, mas ainda não estou satisfeita quanto a quem vai fazer meu pré-natal. Será que é só em filme e novela que o Obstetra que acompanha o pré-natal é instruído e te orienta, conversa, dá dicas, pergunta como está? Espero que não... segunda que vem temos visita com outra médica. Desta vez é uma doutora. Espero que seja ela. Não posso mais rodar e achar que tenho tempo de escolher... Só queria um médico em que eu pudesse ter confiança e que de preferência fizesse o parto depois. Descobri que meu convênio não cobre essa parte e terei que fazer o pagamento a parte de qualquer maneira. Começo a repensar se não deveria ter arrumado um jeitinho de fazer um convênio particular (mais particular que o iamspe) mesmo com a bolada que é o pagamento da carência, por já estar grávida. Hunf...

Falando em rodar... descobri hoje um site que fala de parto humanizado. Acho que ainda não havia comentado aqui, mas estou muito interessada em fazê-lo. Só que fiquei receosa de encontrar doulas e casas de parto ou obstetra que faça esse tipo de parto aqui na minha cidade. No fim, procurando outras coisas encontrei a doula hoje na internet. A chama de esperança reacendeu. Vou postar aqui agora um vídeozinho sobre parto humanizado. Tem algumas cenas que talvez um ou outro não queira ver. Então esteja certo do que procura.
O vídeo estava no site BEBEDUBEM e serve para esclarecer algumas coisas. É sobre o projeto renascer. Assistam:



Por hoje é só. Vou dormir, pois jejum de 12h não é mole. Amanhã temos bateria de exames.
PS.: notou como os posts estão mais curtos? Pois é... optei por escrever semanalmente ou com um intervalo menor as vezes... mas ando com uma memória tão curta... Que tenho resumido os fatos. Agora, vamos começar a falar mais sobre como estão os sintomas - da mamãe e do bebê. Sobre os exames, e coisas rotineiras, como minha busca pelo parto humanizado aqui em sjc.
Até a próxima

Tá dose hein, mamãe!?

Sábado e Domingo 24 e 25/09
Fomos fazer uma busca de casas e aptos hoje. A busca está intensa, mas não é fácil. Como eu já comentei, nosso anjinho veio antes do planejado então está corrido para dar continuidade nos planos. Apesar de ansiosa, estou confiante de que o mesmo Deus que nos proveu essa benção, vai ajudar a prover nosso lar.

O enjoo estava tão forte, que tivemos que comprar remédio para amenizar. Passei o final de semana todo quase sem comida. Papai fica todo preocupado e quer que eu coma mesmo enjoada, mas é difícil. Quando penso que vai descer a comida... ela volta. Bem, estou tomando MECLIN - cloridrato de meclizina 25mg. A idéia era levar dramin b6, mas estava em falta. Vamos ver os resultados. Nem o suco delicinha do shopping eu consegui tomar hoje. Tá difícil, mamãe!

Dando a notícia no trabalho

Sexta-feira, 23/09

Hoje foi o dia de abrir o jogo no trabalho. E foi assim: resolvi que ia, ia mesmo e fui. Bem no estilo: pronto, falei! E foi ótimo. As reações foram amistosas e já começaram a surgir as primeiras especulações sobre período de gestação, quando e como eu descobri etc. Sobre tudo isso já contamos aqui.
Em suma, foi um dia normal, eu fiquei bem mais tranquila depois de dar a notícia e até amenizaram-se as náuseas.

De volta a rotina

Quinta-feira 22/09

Trabalhar né? Algum dia a gente precisa voltar a ativa. E eu preciso manter... meu trabalho não é leve e é de caráter totalmente intelectual. Trabalho diretamente ligada com a criatividade e estímulos psicológicos me afetam muito. É super importante estar bem, pois meus dias de trabalho NUNCA são iguais. E sem ter como contar para os chefes e colegas de trabalho fica ainda mais difícil. Estava decidida a falar antes... mas com a notícia do falecimento fiquei acoada. Em respeito ao luto resolvi adiar a notícia à empresa.
Passei a tarde mastigando umas coisinhas... o que me fez ter um cadinho menos de enjoo, mas nada que dure muito tempo.

Náuseas, Enjoos, Vômitos... gravidez!


Quarta-feira 21/09
Náusea, enjoo, vômitos frequentes. Esta semana está pegando. Começou a saga. Não fui trabalhar. Sem disposição, sem coragem, sem estômago... Nem ao médico fui, somente avisei que não me sentia bem e fui liberada do dia de trabalho.
Não há muito o que se dizer sobre hoje. Nos dias em que o enjoo pega firme só resta dormir.

Dia de Luto

Terça-feira 20/09

Apesar de não estar totalmente bem disposta, pois agora as náuseas resolveram me atacar e grudar em mim. (Bom sinal: os níveis HCG estão crescendo normal e corretamente), acordei e fui trabalhar.

No café coletivo dos que chegam antes do horário, fomos informados de uma fatalidade. Falecera a filha de um funcionário muito querido na empresa. Fiquei muito chocada, e sem poder demonstrar meu sentimento de dor materna. Procurei dar o apoio que pude. Fomos todos dispensados neste dia, houve o velório e não compareci ao enterro. Apesar de querer apoiá-lo, não achei o ambiente propício para eu estar por muito tempo. Questão de energia. Não houve trabalho neste dia e o cansaço foi imensamente maior.

Levei alguns colegas para almoçar em casa e depois passei pelo velório para deixar os colegas e fui embora.

Trabalho? onde?


Segunda-feira 19/09
Uff... não consegui ir trabalhar... dureza, o enjoo que eu estava festejando por não ter acabou me dominando. Além do restinho da sinusite... foi juntando tudo e pimba. Não rolou sair da cama de novo. Esperamos o papai voltar do trabalho, e fomos ao médico. Um doutor novinho que está de certo fazendo residencia ou é recém formado. Já o conhecia de outras vezes na emergencia com a sinusite atacada ou o ciático reclamão. Cheguei e disse que tinha 2 novidades: a primeira que a sinusite estava atacada e a segunda que ele teria trabalho em me medicar, pois eu estava com um lindo bebe no ventre. Ele riu e me parabenizou, mas logo coçou a cabeça... Pegou um livro no pé da mesa para pesquisar o que poderia me receitar. Novidade: continuei com o paracetamol - que a essa altura já nao fazia tanta diferença - e ganhei a oportunidade de usar rinosoro 3%. Perguntei umas 500x se eu poderia mesmo usar aquele medicamento. Aí fiquei mais tranquila ao perceber que era realmente apenas solução salina para desobstruir as vias respiratórias. De fato, funcionou depois. No final, ele me atestou o dia todo de trabalho - muito raro hoje.

Fim de semana pesado

Sexta-feira, Sábado e Domingo 16, 17 e 18/09
Ohh fim de semana difícil. Uma vez sinusiteira sempre sinusiteira. Infelizmente. Mas é isso... passei o final de semana praticamente inteiro na cama, com a sinusite atacada, sem poder me remediar, com o nariz entupido, com os olhos lacrimejando e dormindo. Tenho dormido muito ainda.
Papai passou o dia fora num curso de brigadista e sentimos muita falta dele. Está cada vez mais difícil ficar longe. A gente sofre mesmo ué... dá saudade.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Mudando o mundo. O desafio constante de aprender


Quinta-feira 15/09
Dormir muito? Consulta de retorno as 7h de novo, gata. Tá pensando que é brincadeira. Acho que nunca me superei tanto. Parar bruscamente de fumar, acordar cedo com tanta frequencia (não é só em dia de médico, não. A vontade é tanta que levanto ALGUMAS vezes de madruga para ir ao banheiro). Ter força para suportar os desafios do trabalho sem me estressar e manter a faculdade com todos os trabalhos e provas (com certo aperto).
O médico desta vez me pareceu mais solícito diante do resultado: meu bebe ali ó, na fotinha do ultra. Deu orientações sobre pressão e sobre alimentação e peso. Algumas vezes ele falou da pressão e do peso de novo. Pediu para maneirar o máximo possível no sal (mais um grande desafio para mim). E por fim, me passou mais uma pequena bateria de exames para iniciar o pré-natal, que não será com ele.
Neste dia sim, voltei ao trabalho e senti meu trabalho voltar a fluir. Estou me sentindo mais segura de mim, mais enjoada também, mais faminta certamente, muito mais cansada, e realizada. Não há mais picuinhas que me preocupem. Não existem problemas pequenos que me afetem. Não acho que as coisas mudaram a minha volta, mas com certeza o meu modo de ver o mundo já mudou.

Leitura do primeiro ultrassom - Parabéns pra caral**


Quarta-feira 14/09
As cólicas diminuíram bastantão. No trabalho as coisas tendem a normalizar, mas a ansiedade pelo resultado do ultrassom ainda me consumia. Foi um dia enooooooooorme. Ao final, nem a faculdade comparecemos, pois havia uma promoção já comprada para comer bolinho caipira e frango a passarinho (neste momento, me sinto mal de pensar em ambos) a vencer nesse dia. Fomos usá-la. Mas antes, a retirada do exame. Ah! O resultado... semanas de gestação. Gravidez tópica. Tudo certinho. Bonitinho. No lugar. E várias fotos de um pontinho bem pequenininho que a tia Laís apelidou carinhosamente de minduím.
Com o laudo em mãos, fomos para o bolinho e o franguinho. Tomei mais limonada suíça (tenho me embebedado dela sempre que saímos) e comi pouco. Já estou ficando chata para passear em eventos sociais. É um período meio chatinho em que as cólicas diminuíram quase totalmente, mas que a tal náusea está querendo se apoderar de mim. E jamé que o enjoo é só matinal.
Papai surtou e resolveu fazer um bombardeio de revelações neste dia. 5 dos nossos grandes amigos souberam de uma forma que vou contar uma única vez, pois já explica tudo:
1 - papai liga para o (a) amigo (a) e diz que esta mal e que precisa que venha encontrá-lo no bar, onde está sozinho e muito triste.
2 - ficamos rindo e planejando a ação de quando o (a) amigo (a) em questão chegar.
3 - o (a) amigo (a) chega - quase toma um tombo na entrada do barzinho - afobado, com a respiração ofegante e nos vê sentados: papai de cabeça baixa, mamãe fazendo carinho como quem tenta acalmar e apontando para um exame sobre a mesa.
4 - o (a) amigo (a) abre o exame e não entende nada do que lê. Está mais desesperado tentando entender se o amigo está morrendo e ao mesmo tempo tranquilizado por perceber que o motivo da chamada não foi a nossa separação.
5 - cansado (a) de tentar ler um exame super complexo como o ultrassom (cheio de imagens auto-explicativas) o (a) amigo (a) olha novamente para frente e ve o papai com os braços abertos e sorrisão no rosto dizer "Sim! Eu vou ser papai!"
6 - resultado efetivo: muito choro de emoção e o 'melhor' jeito de dar a notícia para quem não sofre de taquicardia.

Repetimos o processo 3 vezes. Tentativa sem erro, as reações foram as mesmas nos 3 casos. Os outros dois são pais da última desavisada, que também são pessoas muito bacanas e de nosso convívio, graças a Deus. Um deles, gritou imensamente alto em frente ao bar de dentro do carro onde ele esperava para saber do que se tratava o ocorrido que fez com que tivesse que levar sua filhota desesperadamente até um bar após sair do trabalho "Quero saber o que é... tenho certeza que é sacanagem desse sem vergonha...". Cheguei pertinho enquanto nossa amiga estava passando pelo momento tensão com o papai e disse "xiuu... não fala, mas é mais ou menos isso mesmo. Sabe o que é? É que nós estamos grávidos!". "Ahhhhhhhhhhhhhh... não acredito! PARABÉNS PRA CARAL*OOOOOOOO!".

Pausa

Foi, sem dúvida, A MELHOR REAÇÃO de todos os tempos. Desculpem vovós e vovôs. Mas pensa na cena. ele nem é da família (de sangue), mas gritou como uma criança no natal ganhando o último video-game das paradas. Em frente ao bar, de dentro do carro. Foi maravilhoso. Juntando isso e mais a emoção da Fer, aos prantos me abraçando, até os barman's se emocionaram.
Final de dia muito gostoso e exaustivo. No final dessa brincadeira linda eu só queria saber de cama. E pra dormir muito.

Os dias não passam


Terça-Feira 13/09
Outro dia que passou lentamente. O dia do resultado nunca chegava e as cólicas começaram a diminuir. comecei a notar os alimentos que me enlouquecem de dor. Refrigerante, com certeza não tomar. A maior parte das dores de cólica são pela movimentação do útero e suas modificações de preparação para toda a gestação, mas também colaboram os gases causados por alguns alimentos malditos. Os mais gostosos.
Alguns colegas de trabalho já sabia neste dia, o que era extremamente necessário para que eu não surtasse tentando controlar loucamente todos os meus sintomas. Também é necessário ter gente bacana por perto para te mimar um pouquinho, falar sobre nenéns, roupinhas, o sexo, nomes... A mamãe não quer saber de outra coisa.

Primeira visita médica


Segunda-feira 12/09
Dia de consulta médica. E vamos nós levantar cedo novamente. Muito cedo desta vez. Consulta as 7h da manhã não é mole. Como esperado o médico pediu o primeiro ultrassom. Ah, delícia! Será que vamos ver o bebê? Doce ilusão. Com tão pouco tempo não dá para ver nada. Deitei na maca e fui um pouco apertada por ele "Se estiver, está pequenininho" disse. O que? 'se estiver'? Como ele se atreveu a dizer isso? Fiquei indignada, mas depois o papai me consolou dizendo que eles não podem confirmar nada sem exame etc etc. Coisa da tal da ética. Bom... Fim da consulta, sem muitas recomendações (fiquei achando sinceramente que o médico não acreditou em mim, nem com o exame de sangue que mostrei a ele, mas deixemos isso para lá). Mais um dia de trabalho. Ainda não consegui voltar ao ritmo, pois a ansiedade continuava enorme. Liguei para vários laboratórios na esperança de conseguir um encaixe para fazer a ultra naquele dia ainda. Consegui. Falei com o papai e sairíamos juntos para almoço e exame. Exame infeliz... tomar água por 1h30min e não poder esvaziar. É terrível! Mas tudo pelo bem de saciar a nossa curiosidade. Eu estava louca para saber do bebe, se estava certinho, se era tópica (dentro do útero), se sei lá. Comecei a me questionar se era realmente gravidez. A gente sente cada coisa louca. A comparar com os primeiros dias em que eu não sabia como reagir. Desta vez, nem em sonho queria que fosse mentira. A médica era um doce. Um docinho mesmo. Perguntaram se levamos o DVD para gravar o ultra. Fiquei louca, pois não havia sido avisada. poxa, era nosso primeiro ultra e eu queria gravar. Estalo na cabeça da mamãe: "Paixão, a minha camera está na bolsa. Pega e filma a TV!". Há... e como não?
Exame feito, resultado em 2 dias. Aiiii que loucura. almoçamos juntos e voltamos ao trabalho. A ansiedade não findou. Vontade de contar para todo mundo. De gritar: Vou ser mamãe!

O sono é amigo da perfeição


Domingo 11/09
Dormir muuuito. Era tudo o que eu queria. ainda mais depois de ter 'madrugado' em pleno sábado. Bem descansada. Acordei com um intuito: "meu pai tem que saber. E tem que ser hoje!". "Então liga agora." o demasiadamente companheiro do meu noivo. Acho que eu nem respirei e liguei. Não vou descrever a conversa em frases, pois é um 'Q' totalmente particular do meu pai. Mas após 2 indiretas a pergunta foi "De quantos meses minha filha?" Numa voz gostosa de sorriso que só se sente ao telefone. O meu mundo caiu neste momento. Mas caiu de alívio, tranquilidade, relax. Ufa'. Ele me deu um puxão carinhoso de orelha por não ter sido o primeiro a saber, pois sim, a nossa relação é de muita cumplicidade. Mas ele entendeu que nessa situação até a mais cumplice das filhas - eu - sente um cadinho de insegurança. Pronto. Nos falamos mais umas 300x no dia, com intervalos não maiores que 30min entre uma ligação e outra. Foi uma delícia.
Recebemos a visita do primo Thiago neste dia. Ele veio para dormir aqui e fazer companhia e prosa com a gente até mais tarde. Domingo passa rápido né? Eu nem senti e o dia acabou. Thiago ficou conversando com o papai enquanto eu tive um surto de limpeza e comecei a arrumar o quarto. Eles da varanda me mandavam parar de arrumar, eu fazia que sim com a cabeça, sentava por 30 segundos e voltava a dobrar as roupas. Vai entender os tais hormônios.
Dormi.

Os novos futuros planos atuais


Sábado 10/09
Começamos o dia bem cedo. Sem enjoos, mas as cólicas ainda um pouco incômodas.
Procurar apartamento não é tarefa fácil. Ouvir todo aquele lero do corretor de imóveis, ficar sonhando com o bebê correndo no corredor. Pensar nas grades ou telas para que ele não caia quando for pendurar na janela. Enquanto o corretor conversava com o Jorge, eu fiquei observando as fotos da projeção do condomínio, que ainda não saiu da planta, na parte do parquinho, da brinquedoteca...  Estava ficando irritada de ter que ficar tanto tempo sentada, sentindo cólica. Poderia ser mais simples: oi tudo bem, eu quero um AP, legal, é esse, aqui estão as chaves, ok, pagamento?, por mês é isso aí, ah muito alto, então pode ser tanto?, sim, fechado, ok, tchau. Olha que lindo seria! Hahaha... ai ai.

Após o momento visita ao decorado, resolvi que a minha mãe finalmente seria informada. Fomos até a casa dela e sem muito lero lero, minha paixão levou meu irmãozinho para passear até a padaria e eu fiquei com a minha mãe, tentando brincar de indiretas... Ela não foi muito sagaz - como eu esperava - e fui mais explícita (além de ter saído de casa de sandália baixíssima que não costumo usar e vestido longo colado na barriga) "não podemos abusar de grana agora mami, pq vc vai ser..." eu nunca posso completar a frase "você está grávida!!!" ela completou. Hunf! "Ahhhhhhhhhhhhhhhh haaaaaahahaaaa... eu sabia! Bem que eu reparei que você estava mais cheinha. Não era possível estar na academia e engordar. Ah, é menina, já sei..." e falou algumas coisas a mais. Ressalva aqui: MENINA. Mais uma aposta no rosa. Como de praxe eu não me inclinei para nenhum lado ainda. as foi muito satisfatório assistir a reação dela. Afinal ela é a MINHA MÃE. Deve entender bem como estão as coisas para mim. Conversamos mais sobre o acontecimento, métodos contraceptivos - não há como escapar desse assunto - moradia, estudos, família, meu pai... Meu pai. Comentei com ela que a idéia era mandar uma cartinha, com um par de sapatinhos pelo correio para ele, pela distância e tudo mais. Ela notou no mesmo momento -agora ela foi sagaz - que eu faria isso por estar apreensiva - totalmente - com a reação dele e já me confortou "Você tem é que ligar logo para ele. Não tem motivo para adiar a notícia. Ele vai falar o que? Está achando que ele vai brigar com você? Ele vai ficar feliz! Isso é motivo para sorrir. Conta logo!". Achei linda a atitude dela e deu para notar que, apesar de ela não falar muito sobre sentimentos, eu realmente poderia contar com todo o apoio que sairá dali nos próximos meses, anos...sempre. Perguntei se ela ficara feliz, e não precisaria nem dizer, depois do sorriso que ela deu antes de responder que SIM! E tão logo mudou o rumo do assunto para: "Vamos até a ótica pegar meus óculos. Estão prontos ha uma semana ...". Acabei de rir, enquanto escrevia isso. Minha mãe é fantástica. Saímos e no caminho vinham de encontro a nós o papai e o meu irmão caçula, com olhar espantado, mas um sorrisinho discreto no rosto. Soube depois que naquele momento - em que nos avistamos - ele tinha acabado de saber a notícia. Eu não sabia que ele saberia pelo Jorge e não por mim. Fiquei enciumada, confesso, mas gostei muito da reação do pequeno também (meu irmão tem apenas 12 anos). Ele me abraçou, forte, como sempre (muito apegado a mim). Rapidamente começou a chorar e rir, super emotivo que é, perguntei se ele estava feliz e ele respondeu como a minha mãe um pouco antes. O confortei um pouco, dizendo que ele iria me ajudar a ninar o bebe, e que seria um tiozão bem bacana.
Não preciso descrever mais sobre o final do dia em casa. Só a forma como a notícia foi passada já é suficientemente boa para ser recordada. Bem, nos planos do dia estavam contar para a minha mãe e irmão caçula, mas também para o meu sogro.
Operação secreta de revelação - parte II: seguimos para a casa do Jorge novamente. Minha sogra estava trabalhando no sábado (último do ano) e meu cunhado a jogar video-game no quarto de cima. Meu sogro estava na cozinha quando entramos, cortando salada. "Pai, preciso conversar com o senhor..." disse o novo papai, um pouco ansioso. Eu ri novamente, ao escrever este trecho da história. "Pode falar, Jun... - nome dito pela metade - fala aí". Meu sogro é muito engraçado... Enquanto eles 'conversavam' eu fui subindo a escada, mas ouvi partes da 'conversa'. Essa parte merece destaque:
- Pai... a Marina está grávida...
- Olha...quando eu tinha a sua idade meu filho já tinha 5 anos. (rindo, mas emocionado)
- (risos) Eu vou ser pai...
- Que bom né... ainda bem que você não vai ser mãe...
Foi daí para diante a gozação dos dois. Diferente do que o papai (do meu bebe) pensou, o meu sogro foi completamente tranquilo e muito compreensivo. Por ter sido pai cedo, talvez, ele entenda que esse momento deve ser apoiado e não questionado ou criticado. Seus olhos chegaram a lacrimejar, mas o durão mudou o rumo da prosa antes de deixar a lágrima cair. Conversamos sobre casas, apartamentos, financiamentos e consórcios... E assim terminou tudo bem.
Fomos buscar a tia Ana (a tia que soube primeiro) mais tarde, quando a minha sogra chegou do trabalho e passamos o final do dia em casa. Como tenho preferido ficar nos últimos tempos. Ando totalmente cansada e sonolenta - mais que o normal.

Pare com o cigarro!


Sexta-feira 09/09
O enjoo foi somente ontem. Agora acredito ter sido pela dor e não por enjoo de gravidez. Se tudo ser certo não passarei mais por isso. Detesto vomitar. Percebo que preciso me alimentar melhor. Não posso ter momentos de fome. E parei com o cigarro.
Ainda não faz uma semana do nosso descobrimento, mas já tem 6 semanas que o nosso bebe está aqui, dentro de mim. A ficha ainda não caiu, mas estamos mais seguros. O caminho continua longo, mas hoje eu sei que vamos chegar lá. Com paciência, compreensão e cumplicidade.
Nosso relacionamento está ficando cada vez mais fortalecido no nosso amor, e estamos mais conscientes sobre tudo pelo bebe. Cuidados com a pele, escovação, alimentação e até descanso. Uma boa noite de sono, ao invés de comemorarmos com uma grande amiga a sua conquista de um novo emprego, como hoje.
A noticia para a minha mãe e para o sogro ficou para amanhã. Sábado. Vai ser um dia bom.

Primeiro enjoo - efetivo


Quinta-feira - 08/09
Voltei ao trabalho e o dia foi confuso por lá. Eu não conseguia me concentrar em nada. Quando fico longe do papai, fico mais sensível e tendenciosa a chorar. Mas o dia correu, como dava para ser. Sempre sentindo muita cólica. Mais doloridas do que antes da gravidez.
Saindo do trabalho, ele foi me buscar. Fomos em busca de um par de sapatinhos para criar o que dará a notícia ao meu pai. Demos algumas voltas na cidade, mas eu não gostei de nada. Adiamos o envio da notícia para ele, que mora longe, bem longe de nós. Voltamos para casa e o papai foi para a faculdade, enquanto eu tentava descansar um pouco. Deitei, liguei o note, e não conseguia parar de ler sobre bebês. Sobre como cuidar de bebês, sobre como me alimentar, sobre como fazer tudo. Acabei adormecendo com tudo ligado. Quando ele voltou da faculdade, acordei com o barulhos dos seus passos no quarto. Isso jamais aconteceu antes. Meu sono sempre foi pesado como pedra e apesar de eu estar me sentindo muito mais cansada e sonolenta, meu sono está mais leve.
Ao acordar com os passos dele, senti que a colica voltou. "Vamos tomar um banhinho quente para passar essa dor, vamos?! Deixa a águinha correr na barriga e já vai passar" disse ele, com todo cuidado e carinho enquanto eu começava a despertar, resmungando a caminho do banheiro. No chuveiro a cólica parecia aumentar. Toda vez que sinto cólicas fortes, sinto junto uma dor no peito de medo de ser algo com o meu bebê. A dor era tanta que fui me abaixando até ficar de cócoras. Neste momento fui sentindo a minha pressão cair. Percebi que fiquei mais pesada e não conseguia chamá-lo. Virei como pude e ... "Ahh, nosso primeiro enjoo, amor!" foi o que ouvi quando ele veio as pressas ao notar que eu passava mal.
Sempre sorrindo muito, me abraçando mesmo babada do enjoo, me dando carinho... Ele me cuidou demais aquela noite. Mais que todos os dias anteriores. Limpou toda a bagunça que eu fiz e voltou para me aninhar na cama. Colocou sons da natureza para tocar e me abraçou acarinhando a barriga. Desta vez, eu só pude apertar ainda mais sua mão contra o meu corpo. Acho que a nossa ficha começou a cair. Apesar de ainda ter um longo caminho pela frente, pois eu as vezes não me sinto grávida. Parece que ainda vou acordar e descobrir... "ah, foi um sonho".

Feriado gestacional - paraíso


Quarta-feira - 07/09
Feriado. Não tem trabalho, não tem faculdade. Acordei com o espírito de animação e pensei: vou contar a minha mãe hoje. Dormimos bastante novamente - eu, mais. Foi a vez de contar, outro sopetão, para o meu cunhadinho. Ele estava de saída e eu começando a comer uma sopinha de ervilha, feita pelo meu amor, quando este chamou o meu cunhado. Até eu fiquei assustada, com o modo como ele demonstrava ser uma coisa séria "Entra aqui, preciso falar com você. Assunto sério". Hoje rio disso também. Mas pela continuação. "Vem cá... Você vai ser titio!" disse abrindo os braços. Achei lindo aquilo. Meu cunhado não hesitou nenhum momento com as palavras "É mesmo?!... Que legal!" respondeu, abrançando o irmão de volta. Fiquei sentada olhando de fora esse momento lindo. Claro, me emocionei. "Vamos precisar de você", disse o papai. "Cara, pode contar comigo para tudo! Parabéns!" ele disse sorrindo e beijando a testa do meu amor. "Ali ó... é ela quem está grávida. Não vai falar nada?" foi o modo como meu amor encontrou de fazer a atenção ser voltada para mim um pouco. Recebi um abraço, tímido, mas muito sincero. Este dia, fiquei mais feliz, mas minha mãe não ficou sabendo.

Trabalhar?


Terça-feira - 06/09
Não consegui ir trabalhar. Estava insegura, sentindo muita cólica, com sono e mal estar. Ele também não foi. Descansamos muito e conversamos ainda mais. O dia passou depressa e resolvemos - ele - contar para a minha sogra. Ele estava bastante apreensivo quanto a ela. Só percebi que ele também sentia medo quando no dia anterior contamos a tia e ele deixou rolar algumas lágrimas. Comecei a me conscientizar de que EU também deveria dar apoio a ele. A revelação foi rápida, ela já imaginava, disse. Mas acho que conduzimos da maneira errada, o momento. Depois disso, ficou decidido: quando formos contar para mais alguém, será com clima de felicidade, e não de pêsames. Ao pesar das palavras, mas é bem por aí.
Minha sogra não demonstrou nem o nervosismo ou braveza que ele imaginou, mas também não foi como eu pensei que seria. Ela simplesmente 'recebeu' a notícia. Conversando depois com aquela amiga, acabei entendendo que para ela também não deve ter sido fácil. É uma notícia que chega de pára-quedas e a pessoa não está preparada para isso. Até porque a minha sogra, será avó de primeira viagem. Neste ponto, acredito que será mais fácil para os meus pais, que já tem uma neta - a minha sobrinha. O dia terminou.

Chorando mamãe...

Segunda-feira - 05/09

Na manhã seguinte, após uma noite infinitamente longa - na qual não dormi - levantei direto para o banheiro. Mais 3 testes de farmácia com resultados identicos: positivo. Nesse momento papai já estava no banheiro comigo e novamente eu chorei. Muito. Mas, fui trabalhar normalmente. Trocamos mensagens pelo celular a manhã inteira. Ele, novamente, me reconfortando pelas mensagens. De certa maneira me acalmei, mas estava só camuflando a minha insegurança. Contei a uma amiga logo pela manhã, sem ter idéia de como seria a reação dela: pulos de alegria, festa, muita festa, gritos. Pudera eu ter feito essa festa com ela desde o início. Ou com o meu amor no primeiro momento.
Na hora no meu almoço a mesma amiga me levou para fazer o Beta. Eu ainda tinha 'esperança' de dar negativo, apesar da minha amiga dizer que era impossível ter 4 testes - ainda que de farmácia - errados. O Beta sairia ao final da tarde e praticamente não senti o gosto da comida no almoço, pensando no resultado. Minha amiga não parava de fazer planos, gritar ainda mais, brilhar os olhinhos. Mais um grande apoio que o Papai do Céu colocou no meu caminho para que eu não surtasse total com aquele momento imprevisto. Voltamos ao trabalho e nunca vi as horas passarem tão lentamente. Foi um dia tão longo quanto a noite anterior. Quando peguei o resultado (quase no horário de saída da empresa) não entendi o que via.
As referencias do Beta diziam: <5,00 - não grávida; 5,00 a 50 - impossibilidade de certeza, refazer o exame em uma semana; e >50,00 - classifica-se como gravidez.
Meu resultado: 4.964,00
A primeira reação: como assim? quase 5? Ah... Bem, é isso então. Confesso, que bem lá no fundo, fiquei um pouco sentida com a possibilidade de os primeiros exames estarem errados. Minha amiga ficou doida ao ver na tela do computador o resultado "Não entendi mais nada, estou confusa" ela disse, também desanimada. Mas essa, nitidamente. Fiquei mais alguns momentos olhando para o exame antes de imprimi-lo, pois queria mostrar ao papai. Até que a ficha caiu: 4 mil e pouco... é muito mais que 50,00. Sim, gravidez confirmada.
Papai estava sem o carro neste dia, e foi me buscar de ônibus no trabalho. Andamos metade do caminho cada um até nos encontrarmos na avenida. Ele me abraçou forte novamente, muito atencioso e preocupado. Ajeitamos as coisas nas bolsas e lhe entreguei o exame Beta. Até hoje dou risada, ele leu o exame como eu, erroneamente. "Então não está grávida?" me disse com os olhos baixos e voz de quase rouquidão. Sua face demonstrou imensa tristeza. Aquele momento mexeu comigo. Esperei mais um pouco para ver se ele relia, e mostrei o que antes fora meu erro na leitura do resultado. Seus olhos voltaram a ter vida, e ele sorriu para mim "Então você está mais que grávida. Está gravidíssima!!".
Precisavamos decidir algumas coisas: a quem contar primeiro? como contar? quando contar? Foi um dos momentos mais duros para mim. Comecei a pensar nos meus pais e senti muito medo da reprovação deles. Senti medo de olhares julgadores e senti medo de não saber o que fazer. Eu não sabia o que fazer. Sentamos no parque e trocamos algumas palavras sobre tudo. Fizemos algumas ligações, mas nada efetivamente foi revelado a ninguém. Fomos então, visitar uma tia muito querida. Ela, esperávamos, iria nos reconfortar um pouco mais, antes de contarmos aos avós.
Me sinto mal por não ter pensado em nenhum momento na insegurança dele. Chorei mais um pouco no caminho da casa da tia. Chorei enquanto contávamos a ela - que foi hiper compreensiva, até fez piadas e se disponibilizou a estar presente no dia da revelação geral para dar uma força, além de nos dizer que poderíamos contar com todo o apoio dela sempre. Decidimos fazer uma reunião de família no sábado e dar a boa nova. Chorei muito e ainda mais na volta para casa. Foi um dia cheio.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

O começo de tudo

Domingo - 04/09
Sem mais aguentar a ansiedade de saber a verdade, resolvi fazer o primeiro teste de farmácia, comprado no dia anterior com o futuro papai. Já era tarde da noite e a idéia primária era de fazer os 4 testes na segunda-feira pela manhã - como recomendado pelo nível de HCG - mas não quis esperar mais.
Entrei no banheiro e esqueci de trancar a porta, fiz o teste e o coloquei sobre a pia esperando o resultado: duas linhas. Fiquei sem fala - literalmente. Havia cogitado a possibilidade ha mais de uma semana, mas acho que a gente não quer acreditar (quando não espera por isso). De sopetão o papai entrou no banheiro e perguntou o que informava o exame. Eu, encostada na parede olhando para o resultado, não consegui nada além de apontar. "Não sei ler o significado...rs" Ele disse, um pouco afobado, mas infinitamente mais tranquilo que eu. Correu para o quarto, pegou as instruções da caixa e voltou para reler o exame. "Sim! Duas linhas significa que sim, né?!" Já começou a esboçar um sorriso e os olhos lacrimejaram. Desde o primeiro momento ele foi mais forte que eu, e me abraçou forte num abraço reconfortante com clima de porto seguro. Me falou no ouvido muitas, mas muitas, palavras de conforto na tentativa de me acalmar. Nesse momento eu já estava com a respiração mais que ofegante e ainda não saía nenhuma palavra. Desatei a chorar. Acho que o meu choro interior não cessou, mas me acalmei um pouco e tentamos dormir. Ele já fazia carinho na minha barriga e eu, num impulso egoísta pensava: "Nem eu sinto nada, como ele acha que vai sentir...". Aparentemente os hormônios nos deixam mesmo loucas e instáveis.